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Consumo de energia elétrica no Brasil cai 0,9% em 2016

No total do país, o consumo foi 4.401 GWh menor que o registrado em 2015. A contração nas classes industrial e comercial foi parcialmente amenizada pelo desempenho das residências e de outros consumos, que conjuntamente expandiram 2.655 GWh. As estatísticas do mercado nacional são apresentadas na tabela inserida na página 4 desta Resenha.

INDUSTRIAL

 O consumo de energia elétrica nas indústrias fechou 2016 com recuo de 2,9% sobre 2015, totalizando 164.034 GWh. O recuo de 4.825 GWh na demanda industrial do ano foi equivalente à potência de uma usina hidrelétrica de 1.100 MW de capacidade instalada.

A tabela abaixo mostra o desempenho do consumo de energia elétrica dos 10 principais ramos da indústria no ano. A metalurgia permaneceu em 2016 como o principal segmento de demanda industrial de eletricidade no país, com cerca de 23% do total da indústria.

No ano, observou-se alta de 3,1%, principalmente em função das ferroligas, da siderurgia e da metalurgia dos metais não-ferrosos de Minas Gerais (+27,1%). No Norte (+4,0%), o avanço no consumo esteve associado à metalurgia dos metais não-ferrosos do Pará (+4,0%), enquanto que no CentroOeste (+23,8), se notabilizou o consumo das ferroligas em Goiás (+26,6%). De acordo com a ABAL, a produção de alumínio primário cresceu 2,7% em 2016, o que contribuiu com a performance do consumo do setor. Já o ramo de Papel e Celulose progrediu 2,4% em 2016, puxado pelas vendas externas de celulose que cresceram 17,6% no período até novembro, conforme dados da IBA. Os destaques no consumo foram São Paulo (+5,2%), em grande parte pelo aumento da demanda da rede de cliente que normalmente faz uso de autoprodução para produzir celulose para exportação e Paraná (+7,3%), relacionado à fabricação de papel, de celulose e de outras pastas para a produção de papel.

Entre as regiões, o Sudeste (-3,1%) foi a que exibiu o maior declínio absoluto na demanda de energia, de 2.739 GWh. Por possuir uma indústria com perfil mais robusto e diversificado, São Paulo, maior consumidor industrial do país, registrou a maior queda (-4,9%) do ano entre os estados; em seguida, veio o Espírito Santo (-21,9%), onde o declínio pode ser explicado, em grande parte, pela retração da atividade extrativa (-37,4%), impactada pelo acidente de Mariana/MG em novembro de 2015. 

RESIDENCIAL 

O consumo residencial cresceu 1,4%. Desempenho que, em função do quadro econômico desfavorável, sobretudo no que se refere ao mercado de trabalho (emprego e renda), ficou bem abaixo da média do período compreendido entre 2004 e 2015, em que o crescimento foi de 4,8% ao ano.

O consumo médio residencial encerrou o ano em 160 kWh/mês. A trajetória de recuperação que esse consumo vinha apresentando ao longo do ano cessou no último trimestre, e seu nível acabou ficando abaixo do 161 kWh/mês de 2015.

Quanto à base de consumidores, chegou-se a 69,3 milhões de unidades residenciais atendidas pela rede de distribuição no país. Com expansão de apenas 2,4%, que reflete a atividade fraca da economia. Entre as regiões, destaca-se o crescimento do consumo no Sul (1,8%) e no Sudeste (0,3%), onde em 2015 houve forte retração. No entanto, mesmo com essa recuperação, o patamar de consumo nessas regiões está ainda inferior ao de 2014. Nordeste (3,0%) e Centro-Oeste (1,3%) mantiveram desempenho semelhante ao do ano passado, ratificando ritmo de crescimento mais moderado comparado a anos anteriores. O Norte (4%) apresentou o melhor resultado entre as regiões.

Embora continue como a região com crescimento mais acelerado, a situação econômica das dois últimos anos tem arrefecido esse avanço. 

COMERCIAL

O contexto econômico desfavorável, com deterioração no emprego que, conforme apontou o CAGED/MTE, sofreu redução de 1,32 milhão de postos de trabalho em 2016 e cuja taxa de desocupação apurada pelo IBGE para o mês de novembro foi de 11,9%, o que equivale a 12,1 milhões de pessoas sem trabalho, combinado com o decréscimo na massa de rendimento real de -2,0%, e ainda a contração na concessão de crédito de 8,2% conforme dados do BACEN, impactou diretamente os setores do comércio e serviços. O volume de vendas no comércio varejista caiu 3,5%, e nos serviços o quadro foi de estagnação. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping apurou que mesmo com a abertura de 19 empreendimentos em 2016, houve queda de 12,9% no número de lojas, foram fechadas 18,1 mil unidades, com as vendas nos shopping centers menores em 3,2% em relação a 2015.

O ano de 2016 foi também de aumento nos preços da eletricidade para a classe comercial/serviços, conforme dados divulgados pela Aneel, até o último mês disponível (setembro), a alta alcançava 11,2% no total do país, e 13,4% na região Sudeste. Com todos esses fatores impactando negativamente a r e c e i t a , o s e m p r e s á r i o s q u e permaneceram nas atividade passaram a adotar medidas de redução de custos, adequando o uso dos equipamentos elétricos e adotando alternativas mais eficientes energeticamente, como a substituição de lâmpadas por similares de LED e aparelhos de ar condicionado por outros com tecnologias mais modernas de menor consumo.

Com isso tudo, o consumo comercial no país caiu 2,5% em 2016, em relação a 2015. Deixou-se de consumir 2.231 GWh na classe, dos quais 82,5% na região Sudeste (-3,8%) e 62,4 % apenas no estado de São Paulo (-4,7%). Também houve queda na região Sul (-3,9%) e no Centro Oeste (-2,3%), com taxas negativas em todos os estados de ambas, e a maior redução proporcional registrada no Rio Grande do Sul (-5,3%). Contudo, houve resultados positivos nas regiões Norte (3,1%) e no Nordeste (1,6%). Conforme os estados, a maior alta proporcional foi registrada no Acre (5,3%), e em volume na Bahia (2,7%) com 100 GWh. 



Publicado em 2 de fevereiro de 2017 / www.epe.gov.br


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